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Constelações Familiares: o que é?

Atualizado: 30 de abr. de 2019


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A constelação familiar denomina-se como uma ciência que abrange o que não é aparente e geram conflitos nas relações humanas, tratando-se de uma ciência de abordagem fenomenológica que possui aporte em outras diversas ciências. É uma ferramenta de ampliação da consciência humana. Tendo por seus fundadores os terapeutas Leslie Kadis e Ruth McClendon e como desenvolvedor o psicoterapeuta Bert Hellinger.


Baseia-se na utilização de representantes neutros que irão representar membros da família ou grupo social do cliente e assim trabalhar um tema específico trazido por este último. Dinâmica que pode ocorrer também no atendimento individual onde utilizam-se os bonecos, âncoras ou outros meios que possam representar a imagem que o cliente tem em sua mente acerca de sua família ou organização que faça parte.


Bert Hellinger acrescentou tanto as dinâmicas que podem ser feitas por representantes ou por bonecos playmobil, bem como, as leis sistêmicas, quais sejam: lei do pertencimento, lei da ordem e lei do equilíbrio, as quais serão abordadas em um artigo específico.


O filósofo Jakob Robert Scheneider explica sobre o que ocorre no processo de aplicabilidade das constelações:


"Nas constelações familiares, praticadas em grupo ou na terapia individual, diversos elementos da psicoterapia se desenvolvem e convergem num instrumental representativo, capaz de trazer à luz os processos anímicos, vivenciá-los e reduzi-los ao núcleo essencial que permite soluções." (SCHENEIDER, J. R. pág. 09)

Contudo as constelações reconhecem que todos os elementos dentro de um sistema, como os membros de uma família são interdependentes e interativos, onde cada indivíduo tem papéis específicos. As constelações sistêmicas se respaldam essencialmente em aportes científicos como o de Rupert Sheldrake acerca dos campos morfogenéticos, também denominado de "campo sábio", onde tem-se as informações genealógicas, com estruturas organizadoras invisíveis, responsáveis pela formação de cada ser.


Tem-se também a teoria geral dos sistemas do biólogo Ludwig von Bertalanffy; Outro aporte é a Física Quântica de Robert Eisberg e Robert Resnick; O pensamento complexo de Morin; Os neurônios espelhos de Lameira, Gawryszewski e Pereira; Esculturas familiares com Virginia Sattir; Às questões de lealdades invisíveis dos vínculos familiares que nos levam a repetição de comportamentos de Boszormenyi-Nagy; Técnicas de psicodrama de Levi Moreno; Programação Neurolinguística; Conjuntamente, tem-se a fenomenologia de Edmund Hurssel, dentre outras ciências.


Bert Hellinger foi o responsável por introduzir a fenomenologia nas constelações familiares, bem como as leis do pertencimento, equilíbrio e hierarquia. A sua agregação deu-nos uma forma de perceber, com maior profundidade, as dinâmicas sistêmicas, permitindo o aparecimento de imagens interiores surpreendentes.


Diante o exposto, veja como a constelação pode ser feita:


  • No Grupo: O constelado (cliente) traz para o facilitador (constelador) o seu problema de uma forma sucinta, com informações breves e essenciais, a partir de então, o facilitador define com quantas pessoas a constelação iniciará e assim, pede ao constelado que escolha dentre os participantes do grupo, aqueles que serão os representantes e posicione-os uns em relação aos outros dentro do "campo" da constelação, da forma que tem em sua mente. E depois disso, apenas se senta e observa. Dos movimentos dos participantes torna-se perceptível a dinâmica dos vínculos e o emaranhamento anímico. Assim, inicia-se a montagem da constelação até o ponto que não falte nenhum membro do sistema familiar ou que apareça o fato decisivo, que se necessita para a solução do problema apresentado. Bert Hellinger ressalta que junto com o problema, o cliente traz com ele a solução, e só dessa forma o facilitador pode, com todo o respeito e humildade, encontrar a ordem que estava quebrada naquele sistema.


  • No atendimento individual: São utilizados bonecos playmobil, de modo a representar os membros componentes do contexto apresentado ao facilitador. Também pode ser feito com a utilização de papel, âncoras, ou superfícies de projeção. São também utilizadas frases de reconhecimento dos fatos ocorridos, as denominadas frases sistêmicas.


Diante o exposto, as constelações familiares não tem o objetivo de solucionar a problemática apresentada e sim tentar buscar a possível solução, tendo em vista que há conflitos que são necessários permanecerem como estão, até o momento em que alguém dos envolvidos olhe para ele, acolha e compreenda, afinal nem todos estão preparados conscientemente para a solução, cada ser humano tem o seu tempo, o seu momento.





REFERÊNCIAS


HELLINGER, B. Ordens do Amor: um guia para o trabalho com constelações familiares. São Paulo: Editora Cultrix, 9ª reimpressão, 2016.

Schneider, Robert. A prática das constelações familiares / Jakob Robert Schneider; tradução de Newton A. Queiroz. – Patos de Minas: Atman,2007.

HELLINGER, Bert. A simetria oculta do amor: por que o amor faz os relacionamentos darem certo. São Paulo: Cultrix, 6ª reimpressão, 2015.



 
 
 

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